QUEM ME DERA
Quem me dera ser regado
Com os pingos da chuva
Que caem no telhado
Desta água turva
Erigir do chão feito poeira
Ser moldado como barro
Rasgar o lençol de seda
E não páginas do diário
Ver um raio macular o céu
Salutar estrelas na noite
A provar das dores o fel
Suplantar o fio da foice
Poder te acolher no inverno
Com um abraço de verão
Ver um sorriso sincero
Inundar meu coração
Apensar os papéis de carta
A coleção de sentimentos
Afrouxar o nó de gravata
Do tal arrependimento
Após; despir a alma do corpo
Então pairar em benfazejo
Usar as nuvens de escopo
Exsudar paixão no teu leito