Muito falseiam os poetas

Epigrafas, Luísa, o teu poema "Isto",

Que coroas por três tristes versos:

"Tudo isto são palavras roubadas que te estou roubando.

"Para um uso fraudulento, já se sabe,

"Para mudar por elas o que se ama."

...

Mas por que "Isto", de título e corpo?

Por culpa do inseto de exato tamanho?

Pelos restos de aromas quase boca de tremores?

E esse "xalundres" variante de "jalundes",

Engraçado palavro ignorado por quase

Toda a Lusofonia, mas entronizado nos

Reinos frugais ... frutais ... das eternidades

Sinuosas e "intríficas" do prazer dialetal?

Ah, os "intres" que tanto rendimento facilitam

Aos poetas imersos numa galeguidade

Absoluta, reinante, como corresponde,

Nos "eidos" da virtude monárquica em que

Obrigadamente navegamos procelosas

As gentes ínsitas nestas partes quase da

Europa ... em vias de bolsonarizar-se ou,

Antes, mileificar-se em suicídios cinzentos ...