ESPERA
Tenebroso inverno me assola
Vivo a mais terrível poda.
Congelada a esperança
Numa gota de orvalho
Entre o muro e a hera – espera...
Sonhando espero o Sol de primavera.
Já me cantei madeira de lei
Tenho as minhas raízes fortes.
De novo penso em Cecília Meireles:
“Deixar-me cortar e voltar sempre inteira.”
Em ebulição a transformação.
O caos me agita mente e coração.
E o que prevalece e me fortalece
É um imenso sentimento de gratidão
Preciosa é a vida no cuidado
Confirmo o milagre diário
Da rede de “com paixão”
Que nos faz verdadeiramente humanos!
V.Velha 12/07/2007