Esperança
Meio já sabendo que estou
Em outro mundo
Meio choro meio durmo
A só um passo e meio de onde vou
Frases que não digo
Faz tempo
Porque de faz de contas
Não levam verdades
Estou no próximo assunto
Um abraço ia bem
Inteligência óbvia
Não ensina
Artificialmente copia
A cópia que já
Não é perfeita.
Por isso dá medo
De copiar.
Esse é o segredo.
Estou dentro
De um abraço copiado
Fingindo fazer de contas
Que não está estou descartado.
Desmascarado há tempos
Abraços frios
Beijos gelados
Palavras vazias olhares perdidos
Não há verdades nem
Nas cobranças
Nem nas lembranças
Que fingem memorias.
Estou longe
Do domo perdido
Ninguém voltou
Em segredo
Trazendo a solução
Sedução com choques
Nada dói
Nem a verdade.
Não ponha
Os bois na frente
Do carro. Estão famintos
A boca da terra arde
Nos engole
A boca da noite entra
Com Mistérios assombrados
E o mar nos trás seus peixes
Seus feixes de espumas
Meu coração bate
Minha alegria cria asas
Não sou mais daqui
Minha alegria é outra
Não pertenço mais às tuas asas
Meu frio agora é ternura
Venho negando que devo ir
Mas sei que já fui
Fugindo escapei do mar
O vento me leva no sentido solo
Em toda vala aberta
Com suas mazelas
Tomo consciência dos necessitados
A hora é de todos
Por enquanto luz nenhuma
O túnel é longo
E seu final quase invisível
Mas atenção é tudo
Quando for a hora saberemos
Surpresas nem sempre boas
Virão do nada
Como uma noite escura
A solidão roi o psicológico
Quebrando a resistência
Do louco e do São
Mas por enquanto palavras voam
Em minha direção.
Ainda tenho companhia
Quero me juntar como der
Aos que perseguem a vida
Não tenho mais pressa, pouco tempo
Muita esperança.
Guedes