Eudeimonismo

Ainda busco a verdade,

No meio a tanta mentira

Uma família inteira

Pela indecência destruída.

Eu tento enxergar a ataraxia

Nessa vida vazia,

Com tanta dor, cheia de ira

Mas eles dizem com fé: em Deus confia.

E as dúvidas invadem o pensamento

E agora?

A angústia me toma,

Rasga a alma e a devora.

A dor da perda, que nem aconteceu

O luto de algo que não morreu.

E cada dia que passa, a distância aumenta

Quem é o culpado senão eu?

Cada diário escrito,

Quanta agonia, maldito!

Me culpar pelo seu delito,

Não me bate, ou eu grito!

Dor dilacerante

Estraçalha, toma a mente

O pulso,

O corpo.

Infeliz busca constante

Da alegria que não se encontra na estante

Tão perto, mas tão longe…

Trocou tudo por um instante.

Ingrato como ninguém

Faz dela sua refém,

Capcioso, belicoso!

Não entendeu que vai ficar sem.

E agora existe outro

Além do seu próprio ego

Que me traz a certeza

Que o eudeimonismo está perto.

Hemera
Enviado por Hemera em 15/03/2024
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