Eudeimonismo
Ainda busco a verdade,
No meio a tanta mentira
Uma família inteira
Pela indecência destruída.
Eu tento enxergar a ataraxia
Nessa vida vazia,
Com tanta dor, cheia de ira
Mas eles dizem com fé: em Deus confia.
E as dúvidas invadem o pensamento
E agora?
A angústia me toma,
Rasga a alma e a devora.
A dor da perda, que nem aconteceu
O luto de algo que não morreu.
E cada dia que passa, a distância aumenta
Quem é o culpado senão eu?
Cada diário escrito,
Quanta agonia, maldito!
Me culpar pelo seu delito,
Não me bate, ou eu grito!
Dor dilacerante
Estraçalha, toma a mente
O pulso,
O corpo.
Infeliz busca constante
Da alegria que não se encontra na estante
Tão perto, mas tão longe…
Trocou tudo por um instante.
Ingrato como ninguém
Faz dela sua refém,
Capcioso, belicoso!
Não entendeu que vai ficar sem.
E agora existe outro
Além do seu próprio ego
Que me traz a certeza
Que o eudeimonismo está perto.