APEGO
Não era sobre amor, mas sobre apego.
Estava atada ao que me dava chão, me fazia sentir segura...
Não queria à deriva da própria sorte, sorte que eu mesma me propiciei. Queria o apego a algo que me fizesse sentir amparada nesse mundo.
Assim, ignorei quem eu era verdadeiramente, camuflei minhas verdades, minha missão e os segredos indizíveis de minh'alma...
Queria paz, porto seguro, e não o mar revolto que trazia em mim...
Por isso, fugi das minhas tempestades, joguei a âncora... Aferrei onde sentia confiança.
Mas, a vida cobra dobrado dos covardes, e como Jonas fui lançada novamente ao meu próprio mar feroz.
Ali, precisei enfrentar os seres que nele habitavam, feras que por toda a vida nutri...
E foi assim, quase morrendo, que renasci...
E, convivendo com meus monstros, vi que eles não eram tão mortais assim, aprendi a nadar em meio ao temporal e a sobreviver ao pior mal... o mal que habita em mim.