A VACUIDADE DO SER

O livro nos aprisiona para saber onde reside

A verdadeira videira da libertação

O conhecimento é um céu sem núvens sem telhas

Ah se soubéssemos quanto de tempo

Ainda teríamos pra viver

Já pensou no que fazer???

Vou salvar quem posso

Vou matar quem me odeia

E agora que já salvei e já matei

O que me resta???

Meu Deus como não desfrutei

Mais de minha sesta

E agora o que me resta nesta aresta???

Estes ponteiros assassinos que giram

E que nos moem como cana espremida

Se eu pudesse para-los

Teria um tempo a mais para mim de vida...

Se pelo menos ou pelo mais

Soubéssemos ou tivéssemos a oportunidade

De sabermos o dia em que vamos partir

Acredito que tudo seria diferente

Para mais ou menos intensidade

Talvez até pudéssemos sentir

Uma saudade de nós mesmos...Vacuidade...

E agora noves fora

Tanto ódio, tanta implicancia

Tanta ganancia e agora eis-me aqui

Desnudo, sem nada

Me desgrudando das bocas

Me dissolvendo em rasas lágrimas

Me batizando na saudade

Me elucubrando de vermes

Me parasitando

E eles ainda vivem

Falando mal de mim

Agora já sem hora

Sem escola sem zap

Sem nada para controlar

Sem sequer um poquinho

De ar pra respirar

E tudo continua

Agora sou terra pisada

Esquecida, noite sem lua

Sou terra que o cão mija

Que o gato defeca

Que o lixo impera...

E agora agoura os ponteiros

Do grande relógio

Quando se unem são foices

Guilhotinas da hora final

E não há fim infindo

Porque ainda continuamos

Vivos dentro deles

Nos subtraindo

Como lágrimas e sal...

Sumindo ... sumindo....

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 06/03/2024
Reeditado em 22/04/2024
Código do texto: T8014223
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