A VACUIDADE DO SER
O livro nos aprisiona para saber onde reside
A verdadeira videira da libertação
O conhecimento é um céu sem núvens sem telhas
Ah se soubéssemos quanto de tempo
Ainda teríamos pra viver
Já pensou no que fazer???
Vou salvar quem posso
Vou matar quem me odeia
E agora que já salvei e já matei
O que me resta???
Meu Deus como não desfrutei
Mais de minha sesta
E agora o que me resta nesta aresta???
Estes ponteiros assassinos que giram
E que nos moem como cana espremida
Se eu pudesse para-los
Teria um tempo a mais para mim de vida...
Se pelo menos ou pelo mais
Soubéssemos ou tivéssemos a oportunidade
De sabermos o dia em que vamos partir
Acredito que tudo seria diferente
Para mais ou menos intensidade
Talvez até pudéssemos sentir
Uma saudade de nós mesmos...Vacuidade...
E agora noves fora
Tanto ódio, tanta implicancia
Tanta ganancia e agora eis-me aqui
Desnudo, sem nada
Me desgrudando das bocas
Me dissolvendo em rasas lágrimas
Me batizando na saudade
Me elucubrando de vermes
Me parasitando
E eles ainda vivem
Falando mal de mim
Agora já sem hora
Sem escola sem zap
Sem nada para controlar
Sem sequer um poquinho
De ar pra respirar
E tudo continua
Agora sou terra pisada
Esquecida, noite sem lua
Sou terra que o cão mija
Que o gato defeca
Que o lixo impera...
E agora agoura os ponteiros
Do grande relógio
Quando se unem são foices
Guilhotinas da hora final
E não há fim infindo
Porque ainda continuamos
Vivos dentro deles
Nos subtraindo
Como lágrimas e sal...
Sumindo ... sumindo....