VAZIO
No vazio do papel em branco, sem voz,
O silêncio ecoa, sem direção, sem nós.
Falta a chama que antes ardia intensa,
Na mente, uma ausência, essa ausência imensa.
As palavras se esquivam, fogem ao toque,
Como pássaros livres em voo veloz.
É a dança do vazio, a busca sem fim,
Por uma centelha, por um raio de mim.
Na tela da alma, um quadro sem cor,
Onde o poeta se perde, sem norte, sem flor.
É o deserto da mente, um oásis distante,
Onde a musa se esconde, numa espera constante.
Mas mesmo nessa escuridão sem fim,
Há uma luz tímida, que insiste em mim
É a esperança que brota, como uma flor,
No jardim da inspiração, onde tudo é amor.
Então, mesmo no vazio, na falta de voz,
O poeta persiste, em sua busca feroz.
Pois sabe que em meio à escuridão,
Há sempre uma estrela, e uma nova canção.
Tião Neiva