Pouca bagagem
No momento da passagem,
Calculava um morimbundo
Os dispêndios da viagem,
Da jornada ao outro mundo.
O dinheiro que gastou,
Foi de todo usufruído.
Todo ouro que guardou,
Concluiu estar perdido.
Mas, tudo aquilo que doou
E deu com liberalidade,
Ao próximo abençoou
E levará para a eternidade.
Na contabilidade da vida,
Vai o louco encher o granel,
O justo vai dar por medida,
E o sábio, investirá no céu.
Segue o palmilhar da vida,
E ao aflito estende a mão,
Pois a bagagem da partida,
Cabe dentro de um caixão.