ALTO PREÇO
Este poema é um gancho entre quase tudo
Em minha esperança quase perdida.
Este meu escrever magoado é a falta
De expectativa para um futuro incerto
Pelas circunstâncias que as perseguições
Trouxeram para mim nestes poucos
Anos em que o sucesso rondou a minha porta.
Quando se fecha uma porta
Abre-se uma janela, mas continuo em salas escuras,
Perdido meio ao labirinto de curvas fechadas
Que não me levam a lugar algum.
Tenho lutado tanto e a resposta é sempre a mesma:
- Calma, seu dia ainda vai chegar!
Vivo apenas do futuro que nunca chega,
Enquanto isso, vou acumulando um rol
Muito grande de derrotas entre o passado
E o presente cheio de agulhas negras que
Cortam minhas expectativas a cada minuto que passa.
Não posso mais viver de ilusão.
Sou poeta, mas sou de carne e osso
Como qualquer outro e necessito de um amparo legal
Que me dê à segurança necessária para
Que eu possa desenvolver um trabalho
Respaldado em minha incansável luta
Por outros dias melhores!
Minha vontade é quase um filete d’água
Corrente em direção ao mar.
Minha sede de justiça é tamanha
Quanto às gotículas da água do mar
E o meu amor é maior que todos os
Sorrisos alegres da praia do mar
E minha conquista será como viver
A felicidade em pleno luar.
Ainda pago um preço muito alto
Para sobreviver,
Porém, com muita luta,
Um dia hei de vencer.
Quase nenhuma alternativa a mim resta,
Mas tenho certeza que minha luta é algo que presta
E é com ela que vou galgar
Muitos degraus na escadaria do sucesso.
Santa Maria da Vitória – BA, 2016.
Aires José Pereira é professor do curso de Geografia e do Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Rondonópolis, é coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, possui vários livros e artigos publicados. É membro efetivo da Academia Rondonopolitana de Letras e da Academia de Araguaína e Norte Tocantinense.