O ANO QUE VEM
Hoje eu penso no passado que já não quero no futuro
Peso na balança as esperanças que custaram algum fracasso
Abro as portas dos meus sonhos, nesse meu quarto escuro
Pra que a luz de um novo ano revigore o meu cansaço!
Um ano sem medo da sorte, de pão sobre cada mesa
Não mais um ano de morte, de flores em todo deserto
Ano de reconciliação, onde a paz se torne certeza
Sem nenhuma comparação e de todas as luzes repleto!
Um ano com muita escola, de sorriso no olhar
Do amor que decola e se abriga no cálice de cada coração
Ano em que toda dignidade visite o mais humilde lar
Pavimentando as cidades com altruísmo e compaixão!
Um ano em que a honestidade não seja doença de tolos
Da mão voluntária estendida, sem outra para receber
Ano em que toda medida transborde de afeto em todos
Onde o que quero pra mim, a todos eu possa querer!
Um ano sem mães da maldade, sem pais de toda violência
De plena e real lealdade, sem vitórias às custas da traição
Ano sem guerras horrendas, sem violadores da inocência
Onde nas fendas do ódio haja uma voz em oração!
Um ano de azul nas alturas, sem fábricas de ambição
Onde se chame de rico o homem de poucos poderes
Ano que as águas do rio nos lave da suja intenção
Em que plantemos justiça onde hoje só nascem prazeres!
Um ano que odeia a mentira, sem rugas em nossas virtudes
Sem egoísmo em nossas saídas, sem máscaras numa só face
Ano em que falsas promessas sejam reais atitudes
Onde o sol da franqueza expulse a sombra de nossos disfarces!
Um ano melhor do que eu e mais forte que os meus desacertos
De tudo que não nasceu, mas guardo a semente em mim
Ano em que eu serei eu, guerreiro pelos meus concertos
De feitos felizes - a todos desejo um ano assim!