O ANO QUE VEM

Hoje eu penso no passado que já não quero no futuro

Peso na balança as esperanças que custaram algum fracasso

Abro as portas dos meus sonhos, nesse meu quarto escuro

Pra que a luz de um novo ano revigore o meu cansaço!

Um ano sem medo da sorte, de pão sobre cada mesa

Não mais um ano de morte, de flores em todo deserto

Ano de reconciliação, onde a paz se torne certeza

Sem nenhuma comparação e de todas as luzes repleto!

Um ano com muita escola, de sorriso no olhar

Do amor que decola e se abriga no cálice de cada coração

Ano em que toda dignidade visite o mais humilde lar

Pavimentando as cidades com altruísmo e compaixão!

Um ano em que a honestidade não seja doença de tolos

Da mão voluntária estendida, sem outra para receber

Ano em que toda medida transborde de afeto em todos

Onde o que quero pra mim, a todos eu possa querer!

Um ano sem mães da maldade, sem pais de toda violência

De plena e real lealdade, sem vitórias às custas da traição

Ano sem guerras horrendas, sem violadores da inocência

Onde nas fendas do ódio haja uma voz em oração!

Um ano de azul nas alturas, sem fábricas de ambição

Onde se chame de rico o homem de poucos poderes

Ano que as águas do rio nos lave da suja intenção

Em que plantemos justiça onde hoje só nascem prazeres!

Um ano que odeia a mentira, sem rugas em nossas virtudes

Sem egoísmo em nossas saídas, sem máscaras numa só face

Ano em que falsas promessas sejam reais atitudes

Onde o sol da franqueza expulse a sombra de nossos disfarces!

Um ano melhor do que eu e mais forte que os meus desacertos

De tudo que não nasceu, mas guardo a semente em mim

Ano em que eu serei eu, guerreiro pelos meus concertos

De feitos felizes - a todos desejo um ano assim!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 31/12/2007
Reeditado em 22/01/2012
Código do texto: T798056
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.