Espinheira, Santa
És uma chama que não se doma
Que até a si mesma, consome
D'olhar franco, que tudo aprisiona:
Em gritos sem boca — a rostos sem nome
E ainda que insistas, em trilhar solitária
O peso da vida levarás em tua mala
E ainda que deixes, tudo pra trás
Há feridas n'alma — que não curam jamais
Mas te peço: mesmo quando em mim , não acreditar
Não permita o temporal de uma semana
Faça tua vida inteira secar
Pois ainda que tenhas, o coração raxado
Sonhos e planos, todos estraviados
O amor que nutriste, não será desperdiçado
Porque sempre haverá,
Tanto aqui quanto n'outro lado
Amor de sobra pra te acompanhar
E se um dia acreditar, que estás sozinha
Lembre sempre, que tua eterna, estrela guia
Trará chuva e companhia
Sempre que tua horta secar.