O Pulso ainda Pulsa
Não tenho medo de cair
Eu conheço muito bem o chão
Já me vi tantas vezes ruir
E pensei, não tenho salvação
Quando meus olhos já não podiam brilhar
E eu era abraçado pelo desespero
Ouvindo minha mente me insultar
Apontando meus erros com exagero
Cada dia que jurei ser o pior
Que acreditei que não poderia vencer
Que pensei que nada ficaria melhor
Eu consegui sobreviver
Já me senti um pária no mundo
A peça que não se encaixa
Um ser tão vil, tão imundo
Uma criatura tão baixa
Eu já me alimentei de ódio
Já bebi da autopiedade
Parei no passado, e não vi o relógio
Assim o tempo me roubou a idade
Mas quem nunca se acabou em lástimas?
Quem nunca se perdeu em sentimentos indecisos?
Hoje… sei que o chover das lágrimas
Rega o jardim onde florescem os sorrisos
Eu aprendi que a solidão finge ser bacana
E que sussurra durante a madrugada
Que no seu abraço, há um conforto que engana
Que é um te dar o tudo, e lhe restar o nada
Assim, afirmo!
Enquanto eu respirar
Quero ver as estrelas brilharem
Até que sumam quando o sol raiar
E eu escute os pássaros cantarem
Enquanto eu respirar
Quero ouvir as buzinas dos carros
Quero me perder no caos da cidade ao acordar
Quero reclamar do maldito cheiro dos cigarros
Quero por algum sonho utópico, ainda lutar
Enquanto eu respirar
Quero o calor que há no peito da juventude
Quero a força que o guerreiro tem para revidar
Quero a fé para fazer com que o mundo mude
Quero a ousadia para nunca me calar
Enquanto eu respirar,
e só enquanto eu respirar!
O fracasso não me subirá mais a cabeça
Nem me regará com os dias em que me condenei
Cultivando em meu coração, flor de auto repulsa
Enquanto eu respirar,
e só enquanto eu respirar!
Não aceitarei que antes da hora, minha alma faleça
E cada vez que o coração bater, dele ouvirei...
O pulso ainda pulsa!