NAVEGAR É PRECISO

31-12-2007

J.B.Xavier

Passo pelo farol de mais um ano,

E sigo navegando rumo ao desconhecido

Seguido pelo revoar da expectativa e da inocência

Que pousam suaves

No parapeito do navio de minha vivência...

Na sublime viagem ao horizonte,

Navego ondas de esperança

Desfraldando as velas aos ventos da presciência

Que sopram alegrias, derramando-as ao meu redor

Como gentis chamados aos confins do oceano da existência...

Um brilho delineia-se

Na extensão indefinida dos meus sonhos

E lá onde o céu toca o mar, na aurora em que me ofusco

Navego para o que está a me esperar:

A felicidade suprema que busco...

Mas sei que a meta mais se afasta

Quanto mais a persigo,

Eis porque assisto o desfilar da paisagem

E me alegro com as belezas que ao meu redor desfilam

Em cada dia dessa magnífica viagem!

E sigo navegando,

Serpenteando entre ilhas de ilusão

Singrando entre a lágrima e o sorriso

Enquanto libero o coração

Ao navegar dos sonhos que realizo...

Murmúrios do oceano me convidam a seguir,

Espumas rendilhadas me lembram o sentir

Da efemeridade que a saudade desarruma,

Enquanto nas águas ficam as lembranças

Do caminho que um dia foi sonho, na esteira de espuma...

Luzes me convidam à ribalta

Desse proscênio monumental

Onde, cena a cena, minha alma assiste, agradecida

À mais importante das peças do universo:

O presente celestial, a peça magistral chamada Vida!

* * *