NASCER DE UM NOVO DIA...

Quando observamos as luzes irem se apagando, ou melhor, quando as luzes se acendem com mais ardor e mais intensidade, brilhando nos céus da encruzilhada de um ano para outro, vários tipos de pensamentos ressurgem de nosso interior. O primeiro deles vem como uma indagação: Será que o ano que se inicia será melhor do que aquele que já foi, ou que já vai? Evidente que ninguém tem varinha de condão ou bola de cristal para saber o futuro, embora algumas videntes sempre conservem na ponta da língua suas profecias sobre tudo que acontecerá no próximo ano.

Essas indagações provêm dentro de um ângulo de expectativa e de anseios que cada um de nós possui em nosso íntimo, como se quiséssemos filtrar todos os males e de agora em diante pudéssemos fazer fluir os bons presságios, augurando que nossa vida seja acolhida com momentos de felicidade e de bem-estar, sejam através de uma realização material ou espiritual a ponto de nos tornarmos pessoas mais humanas e mais complacentes com os infortúnios, que sempre insistem em trotear ao nosso lado, mesmo que não queiramos sua companhia.

Em todo caso, os holofotes da vida são acesos com toda a intensidade, surgindo dentro de nós as luzes da alegria, que se refletem dentro do peito de cada ser humano, podendo-se dizer que se fôssemos reunir todos os seres humanos num único local, teríamos tanta energia interior que faria acender a torre universal da esperança, renascendo o amor nos corações e nesse momento de radiação humana haveria uma explosão de felicidade e depois da bomba detonada, não haveria um só ser sob a terra que não esboçasse em seu rosto um aberto e sincero sorriso de intensa comoção humana, capaz de levantar os mais recônditos sentimentos de fraternidade e de humanidade.

Quando assinalarem os ponteiros do relógio 11 horas e 60 minutos do dia 31 de dezembro de 2007, todos os cidadãos que povoam a terra (à exceção de algumas crenças em outro calendário) irão se olhar no fundo dos olhos, muitos irão se abraçar com todo fervor, vários irão bem aventurar o nome do nosso Pai celestial, uma multidão irá olhar para os céus e ver os estalos de luzes fluorescentes que se perfilam nos ares nas mais diversas formas, com as mais diversas cores e então haverá uma unidade de pensamentos que executam felicidade. É o ano que nasce para todos, que bilha para todos, que jamais se nega a pertencer a qualquer pessoa, que surge como fração de esperança e fé, que se congestiona pelos barulhos das buzinas dos automóveis, pelos cantos das igrejas, pelos coros dos jovens faceiros, pelos gritos das euforias incontidas, pelos choros dos alegres e tristes que lembram de quem não está e que glorificam os que ali estão presentes, pelas águas das chuvas que nunca falham e que molham toda nossa roupa tão escolhida e tão brilhante, pelos sinos que anunciam as casas das orações, pelos sambas de enredos que já estão marcando a presença nas ruas antes mesmo do carnaval chegar, pelos acordes dos instrumentos que depois da salva da meia-noite entoam o canto da alegria do “ano que passou”, enfim, por toda a euforia que embriaga e encanta o coração.

Eu não poderei estar com todos os visitantes do RL, porque sou humano como vocês e tenho minhas limitações como ser finito, mas estarei aqui na minha cidade olhando para o céu e para as estrelas que nesse instante estarão muito mais brilhantes e para cada uma delas haverá sempre uma mensagem de fé, de carinho, de solidariedade, de amor fraterno, de esperança, de construção positiva, de incentivo aos menos favorecidos pela vida, de cura para os doentes, de aconchego para os desabrigados, de ternura aos corações endurecidos, de perdão para os rancorosos, de amor para os entristecidos e de um profundo abraço deste escritor que lhes deseja toda felicidade do mundo. Estarei aqui com minha família e meus entes queridos, torcendo que todos neste mundo de gente humana sejam alcançados pela única razão de nossa existência: presença constante de Deus.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 30/12/2007
Reeditado em 31/12/2007
Código do texto: T797481