Chuva
Caia em meu rosto
Molhe meu corpo
Encha meu poço
Viril sou moço
Encharque solos
Abasteça rios
Flutuem peixes
Ninguém se queixe
Molhe a relva
O pasto e vale
Absorvida em terra
Lançe o milagre
Recupere nascente
Dança dos pingos
Xamã até treme
Vê tudo dormindo
Aconteça a vida
Germine com sol
Refresque o dia
Banhe o rouxinol
Resfrie a crosta
Calefada em vapor
Seródia ou temporã
Recupere o frescor
Que seja amada
Ó chuva querida
E a seca anulada
Verdejante vida