O que vem depois

A cura é gradativa

Sinto os remendos sobre a ferida

De um coração cansado

Castigado pelos anos

Ele já sofreu tanto

Que penso até em desistir

Fechar ele pra balanço

Reaprender a encontrar o equilíbrio

Voltar a dançar sozinho

Que a vida é um bolero e não um tango

Que o peito que guarda o pranto

Também guarda a ternura

A sede de novos gostos

A ânsia de bater novamente

A alma clama pungente

Preciso recomeçar

Volte pra si

Quantas vezes for necessário

Os refúgios são temporários

Mas só você é o seu lar

Tente se acostumar com os cômodos vazios

O silêncio é audível

Difícil não perceber

Vamos lá fora ver o sol

Tirar dos móveis o lençol que os cobrem

As poeiras dos móveis

Água para o colibri

Deixa o novo retornar

Arrume a sala de estar

Pra poder receber

Não deixar entrar tudo o que aparecer

E nem se isolar por completo

De vidro é feito o teto

Mas de aço é feito o chão

Nem sempre será verão

Ou dias ensolarados

Mas esteja preparado para os dias de chuva

E até nesse dias há ternura

E da chuva deve se banhar

Sem medo de se molhar

E reaprender a viver

Tudo há de acontecer no tempo certo

E no futuro tão incerto

Poder sorrir novamente

Com o amor sempre presente

Principalmente o próprio

Juliana Bruns
Enviado por Juliana Bruns em 25/12/2023
Código do texto: T7961814
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