Esperança

Amamentar o mundo

No seio da terra.

Verter a candura

Na aridez humana,

Alienada,

Desmedida.

A fé que brota no coração

de cada guerreiro

fincando as raízes

no solo da alma.

Repartir o desprovido feijão

Com a miséria alheia.

Dar colo aos olhos carentes de afeto,

Perdidos viventes da rua.

É livro do sábio

Mestrando pequenos.

Viver aprendendo a existir.

Nascer,

Viver,

Morrer...feliz.

Arar o grelo da violência

Na terra do homens

Devolvendo à existência

A fertilidade da paz,

Arrancando das entranhas,

O ódio insolente

Que germina a demagogia dos grandes.

Fazer do hoje

O minuto seguinte...

E o segundo,

Mais um segundo

E o segundo subsequente.

Ouvir o grito mudo dos inocentes,

Pedido silente

Dos que buscam a sobrevida.

Deus,

Fazei da esperança

A flâmula erguida

De conquista do amor.

Mostrai o cume da solidariedade dos povos,

Terminando a missão designada

A cada dia,

Transformando a esperança

Na mais suave e melódica

Verve poética.