O doce que é amar certo.
Os recomeços nos trazem essa sensação de vida nova, extasiada.
Nem começou direito e já me sinto cansada e amargurada.
Os opostos não se atraem, eles se irritam. São nove da manhã e eu escrevendo sobre relacionamentos que intrigam.
Das coisas mais simples não se tem, do bom dia com mais de uma vogal ou o carinho ao ver que mandei uma foto nossa e você querer pendurá-la num varal.
O descontentamento exposto referente ao desinteresse sempre é visto como encheção de saco, cobrança, um verdadeiro fiasco.
Quem se acostuma com isso é básico, viver instável ao invés de uma relação amável. Prefiro nunca mais amar do que estar vivendo a raridade do gostar e descartar.
Se eu digo que te amo, eu te amo e te quero.
Se eu digo que te quero, eu te quero e te venero.
Se eu digo que te venero, eu te sinto e te admiro.
Te mando um bom dia ensolarado.
Te levo pra jantar numa terça-feira.
Te chamo para um banho gelado.
Conto as horas para te ver de novo na sexta-feira.
Tento ter paciência com seus defeitos.
E cultivo amar os seus receios.
Pra que um dia eles desapareçam, e se caso retornem, não permaneçam.
Aprendo a lidar com sua linguagem de amor.
Aceito ver seus filmes ruins de terror.
Te vejo compor.
Te dou a ideia de caminharmos juntos no final da tarde.
Fazer algo diferente, procurar uma novidade.
Compro um vinho e te levo pra ver as estrelas.
E no dia seguinte, sei lá, fotografarmos um campo de borboletas.
Posso desenvolver um programa pra você, daqueles bem bregas dizendo o quanto que eu amo te escolher.
Isso porquê eu consigo ir além de querer.
Mas fazendo e sentindo sozinha não me viro.
Parece que te cobro, mas no fundo só quero enxergar esforço para construirmos um ninho.