BATIZAS A VIDA
Os céus choravam copiosamente
Gotículas suaves num dia azul-água
E o sol se escondeu, apenas se foi!
Vá vento, vá embora, o quanto antes
Fuja enquanto não se perde na poeira
Enquanto o amanhecer não engole
Quando o dia anterior já deixou de existir
Por ter morrido em chamas ardentes
Era a encruzilhada da deformidade
Conceber alento e chão em banho
Alerta de cachoeira selvagem, véu aquático
Batismo de rompimentos biodiversos
Aquelas lamúrias eram farpas poéticas
A ponto de perfurar o coração dos seres
Que habitavam a floresta debaixo das nuvens
E se sentiam batizados pelo Deus desconhecido
Chores enquanto não sobrar mentiras
Cheias em seu catálogo de amores vadios
E sejas feliz enquanto contempla cada gota
Entre águas mágicas que brotam ininterruptas.