Louco

Louco

Confuso

Alvo de olhares,

Faltando um parafuso

"É louco" - me dizem -

"coitadinho"

"Perdeu o rumo", "atordoado",

E, sozinho, definho

Mal sabem dos meus sonhos

de cantar bem baixinho

Com meus pares ganho asas,

me transformo em passarinho!

Louco

É assim mesmo que soa

Tresloucado, bicho ruim

Prende o grito, "briga à toa"

Loucos

Somos nós:

pais, filhos,

netos e avós

Estropiados

Desajustados,

Desvalidos

Inadequados

Loucos, sim

E por convicção!

Por amor às causas perdidas,

com o rocinante, à galope, e adaga na mão

Intransigentes

Amando intensamente

Sentindo a dor no corpo e na mente

Sofrendo, antes, e de forma permanente

Louco

De amor

De ódio

De culpa

De tesão

Os "porra-loucas",

que não saíram da adolescência

Impulsivos, que sandice!

Sonhadores até mesmo na velhice

Sim

Loucos

Muitos? Não!

Poucos!

Emotivos

Passionais

Verdadeiros

Leais

Somos malucos,

Beleza?

Dançamos, na chuva,

Emocionados com as cores da natureza

Louco

Lelé da cuca

Alucinado

Biruta

Esquizofrênico, bipolar, depressivo

Choro de ver o mar

e num instante

acabo ficando agressivo

Artista

das cores

das dores

dos amores

Leio

Poemas

Crio

Estratagemas

Louco da gema

Arrepio com a canção

Morto de medo

Corajoso "de montão"

Na verdade, eu aprendo devagarinho

Se estou só, meu sonho é mó dó, vira pó

Mas com os meus, os de verdade,

meu sonho é sonho nosso, é liberdade!

27.10.2023

Eduardo Silveira de Menezes
Enviado por Eduardo Silveira de Menezes em 27/10/2023
Reeditado em 27/10/2023
Código do texto: T7918202
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