Canção da chuva
Após dias de turbulência,
Finalmente, o raio solar.
Treino de paciência,
A paz, momento ímpar.
Não sei se é o destino,
Histórico desatino.
Impondo o aprendizado,
Discernimento forçado.
A luz transcende o irreal,
Vai além do sobrenatural.
Subjugando-nos a dor,
Jeito cruel de se impor.
No fundo, modo secreto,
Ativando a resiliência.
No último momento,
O botão da sobrevivência.
Para esquecer o desperdício,
Encaixam-se as peças.
Veementemente sacrifício,
Martelando na cabeça.
Conquista do paraíso,
Obtendo o igual valor.
Transfiguração do amor,
Olhar da criança, sorriso.
Transmutando as energias,
Em constante alquimia.
Invade a imaginação,
Cai o véu, desfaz a ilusão.
Refaz-se em luz, equilíbrio,
Dissipa-se a dualidade.
Imperando o viver, felicidade,
A lucidez em tom ébrio.
Observando outro prisma,
Infinita espiritualidade.
Novo ângulo, singularidade,
Várias dimensões, a chama.
A Natureza tem o seu papel,
O refrigério cai como luva.
Presente – Direto do céu,
Indissolúvel, dança da chuva.
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