Hipócrita Divino XIX: O Mestre chama
Meu Mestre chama, Meu Mestre chama,
Com água e fogo ele clama,
Como pira, marca tua vinda,
Coluna de fogo em alto mar.
Meu Mestre chama, Meu Mestre chama,
Logo irei lhe atender,
Com ferro e fogo, ele clama,
Vem antes do entardecer.
Ele vem, expulsa horrores,
Faço tua voz os meus clamores,
Tuas armas meus amores,
Leva toda as dores.
Meu Mestre Chama, ele vem,
Ferro ou fogo, fogo ou ferro,
Leva todo sentimento perverso,
É o chamado, idem.
Ele chama, sem gritar,
Como um trovão a sussurrar,
Sem ouvidos, mesmo sendo surdo,
Ouvi-lo-ei através do mundo.
O Mestre chama, o Mestre ama,
Contra toda essa matança,
Tua marcha é uma dança,
Você não se cansa.
O Mestre chama, não obriga,
Separa toda briga,
Asa que abriga,
Morte que erradica.
O Mestre chama, todo sorridente,
Leva-nos da cruz ardente,
Da caveira doente,
Livra do tridente.
O Mestre chama, o Mestre chama,
Com sorte eu irei,
Como cavaleiro ao teu rei,
Sempre o seguirei.
O Mestre chama, o Mestre chama,
Canta sobre todos os corações,
Líder de todas as canções,
Ame-o com suas ações.
Não obriga, nem é imperativo,
É um Deus altíssimo,
Nem digno de Sua misericórdia,
Nem digno dessa discórdia.
O Mestre vem, o Mestre vem,
Trancando todo sete além,
Da vida vai além,
Salva-me um ninguém.
O Mestre vem, destino certo,
Me guia no deserto,
Traz Teu veto,
És correto.
Ele veio, Ele veio,
Sem receio,
Me sobreveio,
Te anseio.
A brisa da porta estreita me convida,
Numa viagem só de ida,
Não sou digno, mas sou batalhador,
Passarei com meu louvor.
O Mestre reina, o Mestre reina,
Sobre animal e sobre ceiva,
É toda a colheita,
Toda a via eleita.