Rezarei este poema
Quando eu ouvir o galo cantar
fazendo o anúncio do amanhecer
sabendo da chegada da luz solar
e dela eu desejar me esconder
Quando eu me sentir apenas um morto
enquanto sei que ainda estou respirando
deitado nesse caixão que me traz conforto
onde cobertores vão me enterrando
Quando eu achar que não há mais saída
pensar que esgotaram as soluções
cogitar fugir dessa briga
me ver duvidando das minhas convicções
Quando eu acreditar que é o fundo do poço
e ver que acima de mim, só há escuridão
sendo convencido que nem eu me ouço
sendo convencido que eu soltei minha mão
Quando eu for tomado pelo desespero
cego diante da imagem dos fracassos
onde cada erro é visto com exagero
e os acertos viram minúsculos estilhaços
Quando meu orgulho ruir
quando meu corpo ficar cansado
quando cada perna já não resistir
quando cada joelho estiver dobrado
Eu gritarei meu lema
"O pulso ainda pulsa"
e rezarei este poema