SERTÃO SONHADO

O amor que não vingou,

A árvore que não floriu .

Folhas secas que voaram!

Belas rosas que mucharam,

Pássaro livre que partiu.

Voa! Voa rumo à sua quimera.

Outono,inverno e primavera ,

Esperando a volta do verão.

Voa! Chora!

Vai voando neste sol escaldante!

O amor poético nesse instante,

Acelera o pulsar do coração.

Na terra o rachar do chão.

Rio seco também rachado,

Mato seco arame farpado,

Ossos que lembram o gado.

Grande lamento em oração

É a alma sem vida do sertão

Cenário morto ... apagado!

Velho Sertão!...

Do surrado gibão de couro;

Onde a água é o seu maior tesouro ,

Tesouro que falta todos os dias!

Sertão de terra ardida,

Gente forte e sofrida ,

Sem brilho, sem harmonia .

No curral se ouve o gemido.

No terreiro, menino desnutrido;

Brincando e pulando sem alegria.

Sertão das noites enluarada

Do carro de boi na estrada,

Com o seu gemido de dor!

Sertão do café na palhoça,

Da menina moça na roça .

Mulher em forma de flor.

Sozinha vive matutando:

Suando,pensando e sonhando,

Com o seu futuro amor!

BADÚLYMA
Enviado por BADÚLYMA em 27/08/2023
Código do texto: T7871510
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