A reflexão serena da minha solidão

Me pego solitária enfrentando medos sem abraços de proteção e cuidado

Nessa noite fria e insone

Numa cidade vazia sem cantos

Sinto falta do barulho do lugar que nasci

Do sorriso das pessoas simples que conheci

Do vento que sopra na varanda desse lugar

Nunca pertenci a terras e nem tive raízes

Mas meu lar e meu coração repousam acalentados onde houver brisa e cheiro de mar

Sinto saudade de caminhar descalça sob a areia gelada da praia

De refletir enquanto emaranho meus pés

Num toque suave de pertencimento

Há uma sensação de paz que não posso transcrever com as palavras que me dominam

Há tantos anos não escrevo ferozmente

Tomada pela correria de uma vida que não sei se devo pertencer

Tanta luta, tantas vozes queixosas que me rodeiam

Me culpo por duvidar que perdi a pureza do sentir

Violada por essa rotina insana que não me permite pensar com os olhos e enxergar com o coração

Hoje mentalizo a serenidade de quem eu era

Rebobino o meu sorriso de menina, inocente, sapeca e aventureira

Apenas para esboçar poesias

E reconectar a magia do amor que em mim sempre habitou.

ReCosta
Enviado por ReCosta em 18/08/2023
Reeditado em 18/08/2023
Código do texto: T7864272
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