O MENINO, O CORCEL E A VIDA

O calção, a camiseta, os chinelos,

a "armadura" completa de um sonhador,

montei no cavalo selado de estopa,

deixei pra trás as ilusões e a dor.

O mundo desponta à minha frente,

mil vezes maior do que parece,

cada riacho parece um grande mar,

cada montanha é tão somente um grão...

Homens em sua lida sofrida,

reviram aquela terra seca, sem vida,

jogando nela as poucas sementes,

regando com o que conseguem chorar.

Nem belos chapéus, nem cabelos,

apenas latas d'água na cabeça,

nesse desfile, nesse desterro,

dessas mulheres simples, tão guerreiras.

No coração talvez a tristeza,

mas, no ar o cheiro da esperança,

de quem em cada respirar acredita,

que a vida tem beleza, é bendita.

Num instante essas distâncias,

parecem tão pouco a percorrer,

quero tanto ainda viver,

para curar as minhas ancias,

de ver o mundo ser melhor,

ficar pra trás apenas o pior,

e podermos todos sair a "galope",

vendo da vida suas maravilhas.

ANDRÉ L C MELO
Enviado por ANDRÉ L C MELO em 12/06/2023
Reeditado em 14/06/2023
Código do texto: T7811687
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