MINHA TERRA MEU SERTÃO - (NOVA EDIÇÃO)

MINHA TERRA MEU SERTÃO - (Nova Edição) - João Nunes Ventura

Belos dias de infância/Dos tempos daquela idade

Que em minha mocidade/E via tudo deslumbrante,

Já de manhã cedinho eu ia/Admirar belas colinas

Olhar águas cristalinas/E cachoeiras espumantes.

Que chuva molha a terra/Que a floresta se deleita

Logo se ergue e se enfeita/Coloridas belas flores,

Que ar puro e perfumado/De minha terra adorada

No esplendor da alvorada/Delícias e seus amores.

Que o dia vai escurecendo/E sol ocultando a terra

Dourada chapada da serra/Noite cheia de encanto,

Céu de estrelas enfeitado/Majestosa aponta a lua

Vem iluminando minha rua/Vestida toda de branco.

E o trovão no céu canta/A chuva cai fina e mansa

Águas vagarosas alcançam/Nossa terra sertaneja,

Meu olhar nos vastos campos/A brisa passa macia

Os pássaros saúdam o dia/Nos jardins da natureza.

Que noite de lua cheia/E na manhã vem a neblina

Na vastidão da colina/Verdes campos a natureza,

Sopra o vento moderado/E ventilando cada planta

Que ama sorri e canta/Nos acordes da correnteza.

A terra toda adormece/Que sol encolhe seu manto

Lua mostra seu encanto/E animais amam seu chão

No despontar da aurora/A chuva desenham na tela

Linda cor verde e amarela/No mapa do meu sertão.

Sertão de chão enfeitado/O sol abrindo as janelas

Do bronzear das donzelas/E romper da madrugada,

Que dia vem se formando/Prateado com luz divina

Quando se abre a cortina/Linda manhã ensolarada.

Quando a natureza canta/A minha terra sertaneja

É chuva eu tenho certeza/Vem à noite é trovoada,

Que terra cheia de aroma/Alegre passarada entoa

E coaxa o sapo na lagoa/Anunciando a invernada.

Que chuva lava campina/Nasce pé de esperança,

Ver-se logo a mudança/E aroma de terra molhada,

E o rio transborda de água/Desliza a noite inteira,

Que manhã a correnteza/É a esperança da boiada

Em cinzas do sol poente/Recordação a formosura

Lembrando-me da doçura/Terra boa de meus pais,

Deixei meu sertão querido/E agora muito distante

Olhar triste e soluçante/De saudade que o dia traz.

João Nunes Ventura
Enviado por João Nunes Ventura em 04/06/2023
Reeditado em 04/06/2023
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