AMADA MUSA

 

 

Desperto encostado á escura noite

Na velha e dura calçada do relento…

Na cama onde a chuva é açoite,

Agasalho-me com lençóis feitos de vento!

 

Cama onde a raiva se acende e inflamam,

Sonhos ardentes queimados de medos…

Pesadelos despertados que derramam,

Suores de Ilusões que escapam pelos dedos!

 

Suspenso às nuvens fica o sonho sustado,

Observado pelos tempos que passam revoltos…

Na cama da ilusão permaneço fustigado,

Aos indiferentes ventos que sopram soltos!

 

Exposto em céu aberto fico á deriva

Como grão de areia perdido, jogado ao vento…

Na cama do horizonte adormeço sem guarida

Aguardando um abrigo… suspenso no tempo!

 

Inspirado em ti amada Musa que inflama

Minha alma de esperanças...