A Inquilina
Dentro do meu coração
Ergueu-se um sobradinho
Em cima mora a solidão
Embaixo, moro eu sozinho
Ainda tenho esperança
Solidão não paga aluguel
Vivo fazendo a cobrança
Mas ela faz um escarcéu
Eu já acendi sete velas
Fiz a oração do desejo
Já promovi contra ela
Aquela ação de despejo
A inquilina é manhosa
E toda noite faz festejo
Da varanda, toda prosa
Fica me mandando beijo
Mas o amor não demora
Esperar é o que me resta
Um dia ela vai embora
E eu é que faço a festa
MARCANTE, Alexandre.
ams©Publicações & Casa das Letras.
Todos os direitos reservados.