Dia das Mães
Triste, eu volto para casa
Pois sei que ela nunca está lá
Mas tenho em mim a esperança
De um dia podê-la abraçar
— Onde estará minha mãe?
Eu fico a me perguntar...
Só sei que não vem me cobrir
E muito menos beijar
Não vem me contar histórias
Ou mesmo contar segredos
Nas derrotas ou nas vitórias
Dizer-me para nunca ter medo
Os carros passam lá em cima
Desse meu lar-viaduto
Meu corpo todo estremece
Mas contra o medo reluto
Eu fico a fitar as estrelas
Que luzem lá entre o vão
Em minha cama macia
Feita de papelão
Fogueirinha de papel
Aquece meu coração
Eu olho de novo pro céu
E faço minha oração
— Ó Amiguinhas do céu! —
Encontrem-na para mim
Permitam que só neste dia
Minha tristeza tenha fim!
MARCANTE, Alexandre.
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maio de1999.
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Considerações...
Escrevo essas singelas palavras
somente para lembrarmos daqueles que vagam por aí
sem ter o abraço amoroso, confortável e seguro de uma mãe.
Acredito verdadeiramente que todo aquele que tem ou teve isso,
está pronto pra qualquer coisa nessa vida.
O abraço carinhoso de uma mãe é sempre o melhor ponto de partida!
Alexandre Marcante - ams©1999.