O afogamento do eu prisioneiro

Atirei-me ao lago

Não só por amor

Mas também por

Desespero

Com uma faca entre os dentes

Nadei até onde a água perdia

Sua magia cristalina e brilhante

E assumia o opaco oculto e omisso

Quando alcancei o chão

Vi a mim mesmo

Desacordado, afogado

Amarrado a uma pedra

Cheia de inscrições

De palavras amaldiçoadas

Com o intuito de diminuir o valor

De quem as assume

Gritei, deixei meu desespero

Viajar com o ar e correr pela água

Encapsulado em bolhas

Enquanto cortava a corda que prendia

Eu mesmo naquele abismo

Me carreguei para cima

Quando fui recebido pelo sol

Fui agraciado por palmas

E comemorações de versões

Passadas de mim

E por personificações

Das possibilidades futuras

Reanimei a mim mesmo

Com palavras passadas

De amor, valorização

Saudade e tudo que os

Vínculos poderiam presentear

O desespero acabou

No primeiro sinal

Do respirar

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 27/03/2023
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