O afogamento do eu prisioneiro
Atirei-me ao lago
Não só por amor
Mas também por
Desespero
Com uma faca entre os dentes
Nadei até onde a água perdia
Sua magia cristalina e brilhante
E assumia o opaco oculto e omisso
Quando alcancei o chão
Vi a mim mesmo
Desacordado, afogado
Amarrado a uma pedra
Cheia de inscrições
De palavras amaldiçoadas
Com o intuito de diminuir o valor
De quem as assume
Gritei, deixei meu desespero
Viajar com o ar e correr pela água
Encapsulado em bolhas
Enquanto cortava a corda que prendia
Eu mesmo naquele abismo
Me carreguei para cima
Quando fui recebido pelo sol
Fui agraciado por palmas
E comemorações de versões
Passadas de mim
E por personificações
Das possibilidades futuras
Reanimei a mim mesmo
Com palavras passadas
De amor, valorização
Saudade e tudo que os
Vínculos poderiam presentear
O desespero acabou
No primeiro sinal
Do respirar