Vinhedo

Costumava cantar num vinhedo

Lá era um lugar cheio de medo

De vergonha, juízo e humilhação

De fato não havia quem estendesse a mão

As aparências eram o que importava

Mas era tudo engano, uma cilada

Depois de preso as vinhas te entrelaçavam

De um falso mundo viravam escravos

Mentes eram lavadas, manipuladas

Toda sua verdade era apagada

Negar a si mesmo era exigência

Sumindo com toda sua existência

Fantoches! De mentes vazias, alma perdida

Deboche! Da vida real, lá não cabia

Se tentar fugir, escapar, lobotomia

Não há para onde ir, razão cedia...

Um dia pude ver a luz da minha janela

Nada que pensei do mundo era o que era

Mas após despertar, como desertar?

Pular da janela era algo que podia tentar?

Corri o quanto pude, me afastei

Era um lindo dia, agora que acordei

As vinhas que me amarravam, eu as quebrei

Agora eu posso viver, me libertei...

Mas e as almas perdidas que sobreviveram?

Como posso livrá-las do mal que ensandeceram?

Será que para elas há salvação?

Ou estarão pra sempre presas, sem redenção?

Meu papel é cantar e externar

Que eu consegui o vinhedo abandonar

E nunca é tarde para dizer

Que no mundo aqui fora você é livre pra viver

Nayara S
Enviado por Nayara S em 13/03/2023
Código do texto: T7739637
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