Chuva
A chuva que molha o corpo
Molha o lábio
Molha o torso
Que inunda
Que destrói
Mas que rega os lençóis
A chuva que me invade
Inebria toda a tarde
Traz o barro na cintura
Mas também o cheiro bom de chuva
A chuva que molha o rosto
Estiagem no deserto
No meu peito faz enchente
Rega folha
Faz semente
Ensopa a roupa da gente
Chova em mim
De modo brando
Ou tempestade com relâmpagos
Se nublado
Não me entristece
Chove em mim como uma prece
E de nós faz arco-íris
Enxurrada nos lençóis
Vaza água pela íris
O dilúvio está em nós