ATEMPORAL
Que a minha Poesia
Não sinta só o papel,
Não experimente só o lápis;
Que ela suba bem alto
E atinja o ápice!
Que ela não fique apenas grafada
Nos calhamaços da História;
Que ela fique gravada
Na memória
Dos homens,
Que, quem vier a ler,
Leia-a nas entrelinhas
E sinta a força das minhas
Razões.
Que ela seja bálsamo,
Traga alento aos moribundos
E corra o mundo.
Que ela seja transcendental,
Transponha o tempo e o espaço;
Rasgue o Infinito,
E chegando lá, possa dar alívio
Às almas aflitas;
Socorra os anjos caídos,
Anime os santos decrépitos
E suba até Deus,
E, Ele a possa niná-la
E faça dela uma Oração
De Perdão,
De Amor
E de Paz.
Que a minha Poesia
Não seja lida só no Presente,
Posto que é Passado,
Mas, que seja lida no Futuro,
O pós-presente!