O Navegador Solitário

O Navegador Solitário

Mais uma vez vejo que estou frágil perante uma imensa brisa , os ventos sopram ao meu favor, as ondas são os obstáculos dessa jornada, sei que estou cansado de dar asas a minha imaginação, cantando para expulsar o medo de meu interior, estou com frio nesse deserto e os agasalhos não impedem meu sofrimento, tendo o oriente como minha futura conquista.

Ontem eu fui o rei, hoje sou o tolo! Ontem fui o guerreiro, hoje sou escravo! Tentando reproduzir as cores do arco-íris perdido no infinito azul celestial

Sonhos, apenas uma forma de libertar-me desta dor que levarei ao leito de minha morte, darei às ondas a forma do horizonte para navegar meu vagante espírito solitário

A tristeza esta visível em meu peito, não tenho forças para gritar, estou a milhas longe de seu pensamento, não ouço seus batimentos, nem seus lamentos, louco desejo de viver e de amar, o que importa? Pouco importa para quem apenas assiste meu fim

O que tenho é quase nada, sou uma figura obstrata diante um espelho, onde meu corpo não emana sua luz, mas percebo minhas lágrimas rolarem por sobre minha face

Suas lembranças consomem subitamente o pouco de sangue que restam em minhas veias, levarei minhas estranhas lembranças na memória, trancada com sete chaves para só então resgatar no futuro

Ah! Como o sol está vivo e caminha no horizonte!

Ah! Dias de surpresas mirabolantes...

Ah! Meu anjo aonde andas?

Ajude-me quero sair desse deserto azul onde os monstros me perseguem e os corvos me desejam.

Estou cansado de contornar a lua, esperando a luz do dia

Resta-me ainda a esperança dos sonhos, que o tempo se encarregou de esculpir.

Não é uma forma de reproduzir minha angustia em virgens folhas de papel, mas agora percebo que sou apenas um ser sem poder de mudar o mundo.

[Wilton jacauna 22/03/2006]

Wilton Jacaúna
Enviado por Wilton Jacaúna em 08/12/2007
Reeditado em 21/05/2021
Código do texto: T769816
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