Pobres, porém felizes
Pobres, porém felizes
Café, farinha e pão
matinal refeição.
Peixe e pirão
no almoço e jantar,
por vezes mariscos e berbigões,
caranguejos ou camarões.
Sombras a vaguear
a luz de lampiões
pela choupana de bambu
e palha, um sonho sonhar
para o outro dia,
esperança na boa pescaria.
Nas madrugadas,
velas içadas
rumo ao mar,
à sobrevivência: pescar.
E no retorno a tardinha
a volta para o paraíso,
samburá cheio, sorrisos:
robalos, corvinas e arraias,
fartura das praias,
o ganha pão diário,
no infinito mar, ilhas,
solidão, céus e areias,
variadas matizes
a vivência de famílias nobres,
pescadores pobres, porém felizes.
Maurélio Machado