FUGAZ ESPERANÇA
De repente, sem alarde,
Feito uma tarde sem vento
Fez-se demasiado tarde
Nas entrelinhas do sentimento.
E o tempo, mesquinho, covarde
Tornou velho meu pensamento
E eu, que já fui chama que arde,
Tornei-me amargor, ressentimento.
Mas então a fugaz esperança
Com gestos de um querubim
Mostrou-me a teimosa criança
Que ainda habita em mim
E eu me agarrei nas lembranças
Pra mostrar que o sonho não tem fim.