Maria Alice
Sim ela chegou...Visse !
Depois de tanto disse me disse
Linda como uma deusa da meiguice
Uma rosa menina que se chama Maria Alice...
Filha temporã de Pat e de meu irmão amado
Raspa do tacho como diziam os antigos
Agora tudo está amalgamado
Como tijolo fortalecido no abrigo...
A vida se amalgama
Toma novas formas e traços
Nada falta a quem se ama
Só beijos caudalosos, e serpenteados abraços...
Linda criatura nascitura
Na bagagem vem trazendo ancestrais
De onde veio esta maquininha humana
Que por cá chegou desperta
Vírgulas, rostos, pintas e pontos
Em cada poro da pele
Uma cova aberta liberta
Como uma libélula isolada
Antes ostracizada
Pela prisão da lagarta
Que agora voa macia e desabrochada
Neste casulo de Dezembro ovulada
Quando quase é findado o ano camuflada!
Ela é um sonho que veio à tona
E nascida é vida que trás nos olhos
A cor da esperança nos cílios fagulhados
Onde pássaros voam sem a rotina enfadonha
Como os ouvidos que voltam pro travesseiro embrulhado
Tateando os ouvidos nos ninhos embriagados da fronha...
Maria Alice é tão linda
Que não sei exprimir sua beleza
É qualquer coisa que além da realeza
Mesmo que eu chegue no fim do mundo
É beleza que nunca finda.