Crer

Eu não posso olhar meus olhos

Mas os vejo.

Não posso deixar-me largado

à imensidão das margens curvadas

deste rio desumano.

Não posso crer que os ventos sopram

sempre na mesma direção.

Nem posso calar o canto da chuva

esmagando a poeira do dia.

Eu não posso calar. Não...

Não posso deixar-me enveredar, sem luta,

nos perdidos caminhos.

Eu tenho que resistir.

Tenho que erguer o grito, um eco

Tenho que sonhar e crer.

Crer que a vida é um ponto

de onde partimos com direção...

incerta. Mesmo incerta...

CALIXTO
Enviado por CALIXTO em 06/12/2007
Código do texto: T766883
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