Sede

Sede o rebelde

Com petulante e admirável insistência

Quando fria, dura e surda

A vós insensível e imponente a parede murmura

Palavras de vil e intransponível intransigência

Sede o rebelde!

Sede o louco

Pelos outros censurado,

Com estrelas no olhar a contemplar apaixonado

Tudo aquilo que vos faz o coração bater descompassado

E que eufórico ri, pula, dança, canta, grita

Aos quatro ventos, com entranhas vivas!

Sede o louco!

Amai, sonhai, vivei

Porquanto vão-se as horas do relógio, passam

São o volátil e tornam o ser vulnerável

Pois que Cronos é implacável

E torna-se recomendável aproveitar o dia do começo ao fim.

Mergulhai profundo e denso

Para então saltardes altíssimo

N'alvorada dos deuses d'Olimpo

No campo dos sonhos cultivai flores

Fazei vossa gloriosa entrada no panteão de vossos amores!

(Gênnifer Gonçalves)

Gênnifer Gonçalves
Enviado por Gênnifer Gonçalves em 23/09/2022
Reeditado em 22/04/2024
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