Sopro de Esperança
Assim como o perfume das flores
Arrebata e seduz os sentidos,
Acalma e cura as minhas dores
E abafa-me no peito os gemidos.
Ponho-me, paciente, a esperar
Que, de amores, nos tornemos amigos.
Ainda que anseie por transformar
Em sentimentos novos, os antigos.
No vai-e-vem dos ciclos lunares,
Volta-me à boca o gosto amargo.
Mas adquiri outros paladares
E mão de ser feliz eu não largo.
Neste sopro morno de esperança,
Renovo os encantos e as emoções.
Cheiro doce que no ar se lança:
Os suspiros, os versos e as canções.