A Esperar

Assim como do nada,

Levantei os olhos e você estava lá.

Angelical beleza rara, sentada,

Mas sem nos podermos falar.

Nos separavam a vidraça lacrada.

Angustiado eu fiz sinais.

Não percebesses, concentrada

Envolvida, talvez, nos teus ais?

Queria amparar-te em meus braços.

Queria lhe dar meu calor.

Queria regular teus descompassos,

Com doses fartas do meu amor.

Levanto-me e saio à rua.

Saio sem fazer demora,

Envolvido na minha fissura,

Por encontrar meu amor, e agora?

O ônibus partiu repentino!

Não sei qual rota, não sei nada,

Mas se for coisa do destino,

Te reencontrarei na mesma parada.

Tô te esperando 🥰