Após a tempestade.

O horizonte era cinza,

no meu entorno era somente mar,

os lábios rachados e secos

a sensação de querer desmaiar

O vento era forte e frio

As velas se enchiam

O mastro parecia envergar

E assim a embarcação singrava

Enquanto ela singrava eu sangrava

Lembrando de tudo que vivi

Os erros e os acertos

A vida que nunca entendi

Era um momento sublime

Sozinho pude me conhecer

Pelo menos podia tentar

Precisava me entender

Para poder me amar

Sozinho em meus sentimentos

Com a coragem que podia ter

Não sabia mais o destino

Não sabia se iria morrer

As vagas eram grandes

Os solavancos também

O que me dava esperança,

As pessoas que queria bem

Já era o terceiro dia

E não via a terra chegar

Fui desviado da rota

Estava perdido no mar

A tempestade chegou

Ela não podia me levar

Baixei as velas

O mastro quebrou

Segurei no timão

Não queria afundar

Tentava alinhar a proa

Uma luta injusta

Maior era o mar

Então insisti em minha luta

Diante daquele desafio

Era grande a labuta

Minha vida por um fio

Uma onda sobre a outra

Lavava todo convés

Entendi ali o que é Deus

Eu estava a seus pés

O mar foi se acalmando

A tempestade já passou

Mas agora estava a deriva

Quando uma gaivota pousou

Então, tive esperança

Que algo iria mudar

Quando vi ao longe

Outra embarcação chegar

Hoje escrevo tranquilo

Toda a aventura que vivi

Valorizo mais a vida

Porque eu quase morri

Foi uma prova de perseverança

Após uma tempestade

Sempre virá a bonança

Carlos Duarte
Enviado por Carlos Duarte em 04/08/2022
Reeditado em 04/08/2022
Código do texto: T7575236
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