ELA E O MUNDO SOFISMA
Um par de asas nas costas
Dois tênis e uma bota
Na mão
E na cabeça um refrão
Tênis à mostra
Asas escondidas
Não mostre suas asas!
Saia da mira!
Então ela anda, fita...
Passo a passo passava..
E uivava...
Menina!
Era uma garota inadequada
Via as auras
Quando as via, chorava:
Via a humanidade altada
Que se emboscava, alucinada!
Na oitavada, ela cantava!
Quanto mais ela via
Mais se afastava...
À sociedade observava
Igualdade não tinha
Soberba rebuscada
E palavras cantava, entoava, recitava...
Queria voar pra longe
Mas exporia suas asas
Então apenas andava, passo a passo
E se ocultava...
Escondia-se da gente desalmada
Não podia abrir suas asas
Mas sua mente sonhava, sobrevoava, devaneava...
Vestida em asas...
Plissadas, enlutadas....
Não abra suas asas,
Cubra -as e amarre-as
Se o mundo te ver
Ah, querida!
Ele desaba!
Ela andava
À muita gente estudava
Bem se portava
Quando aguentava...
Sozinha
Solita
Presa
Embuída
Na gaiola de sofismas...