Pária
Hoje abri as asas
e planei em alguns bons pensamentos,
mas ainda faltam penas
para voos mais ousados.
Sinto a coceira do crescimento das penas
e da esperança do vento nos cabelos,
do calor do sol no peito aberto
e do sorriso bobo no rosto corado.
Aterrisso os pés na terra fofa do otimismo,
que acabou de receber a semente de um sonho,
para irrigá-lo com as últimas lágrimas,
alimentando o germinar de um desejo.
Desejo de uma liberdade sincera,
de uma leveza de alma, de versos,
de olhares e afetos.
Desejo de uma alegria sem motivo,
de festa sem data,
de dor de gargalhada.
Ser um pária na Terra do Nunca:
envelhecer voando,
sem temer o crocodilo!