A SOMBRA DE MIM
sou como quem não existe
uma alma que vagueia
uma alma triste
que anseia
me orgulho do que sou
que nunca se envergonhou
do sangue a correr-lhe as veias.
sou um poeta triste
que vaga na imensidão
que a vagar insiste
tamanha a solidão
caminho sem olhar para tras
por medo de reencontrar
mais uma desilusão.
ninguém me segue
ninguém me acompanha
é ai que se percebe
que viver é uma façanha
manter-se vivo até aqui
mesmo não sendo feliz
mas sem barganhas.
não me dou por vencido
embora machucad
carrego mágoas comigo
sem as ter compartilhado.
não divido sofrimentos
vivo apenas cada momento
tentando apagar o passado.
é dificil? até concordo
a luta é ferrenha
desde quando acordo
até que a noite venha
mas não desisto
e repito,não sou o Cristo
e que as tempestades venham.
sei que haverei de encontrar
encontrarei meu destino
onde possa minha alma descansar
e voltar a ser menino
sem ter problemas
mas sim apenas
paz,fé e carinhos
Ladislau Floriano