O Ecoante Canto da Liberdade
Vede estas minhas asas: querem aquele céu rasgar!
Escutai o meu canto: vou as montanhas ultrapassar!
Porém, me aprisionaram nesta reles gaiola sem vida,
E exigem que eu cante como uma cotovia comovida.
É tão triste nascer e continuar existindo em um cativeiro;
Acordar, dormir e sonhar entre as grades deste poleiro!
A cada aurora sei que perco algo de mim neste triste viveiro,
E o Sol da Liberdade não fulge e nem beija os meus outeiros.
Mas um dia minhas asas hão de destruir esta hedionda prisão,
E minha Liberdade esmagará todos os cárceres dessa escuridão,
E irei voar além de cada grilhão, sofrimento, ferida e pífio pesar.
E já vejo as montanhas, nuvens e estrelas que vão aplaudir e chorar
Pelo Grito de Liberdade que, de meu coração, neste mundo ecoará;
E vou abraçar e amar pássaros livres, pois nunca deixaremos de voar.