PAZ E POESIA

Como hei de distinguir

Crença ou sangue em minha veia

Deus destes céus a ruir

Óleo a manter a candeia?

Universo em turbilhão

Mantém-me em pé a despeito

De qualquer fim ou razão

Abstém-me de um conceito.

Sem algema ou opressão

Que me obrigue a ser servil

Comanda o meu coração

Fuga ao longe do covil...

O caos engolindo tudo

Mudez diante do inferno

Paz que haja, ganhe o mundo

Enleve o verso em desterro...

Suavize a força do punho

Desanuvie o olhar

Lance brandura na voz

Torne em canção o murmúrio

Vença o mal que nos corrói

Apazigue o coração

Irmane os passos sem rumo

Guie ao destino feliz.