Eram negros

Eram negros

Isolados longe amontoados

Vendo solução no estelionato

Pra subir na sola de um sapato

Eram mulatos

Escondidos presos assustados

Condicionados complicados condensados

Júri claro preto condenado

Mas é história, já não é assim a muito tempo

Espalham gritam, diz aos quatro ventos

Quem não tem sequer por um momento

A visão da favela de dentro

História ainda está acontecendo, parece que ninguém tá vendo,

ué mas olha o preto com sorriso no rosto!

Mas a barriga tá vazia, esse físico tão desejado, não veio da academia, vem do suor de todo dia, e não deve ser de ir Ali pegar um bronzeado, é de ir Ali ou mais longe pegar no pesado,

a mão, e a boca cheia de calo!

Porque um pássaro preto não faz verão! Como que não? Um canta um outro responde, junta mais que dá até pra ouvir de longe, e todo aquele fuzuê, se começa a crescer, vai gerando brisa leve, se uma asa de borboleta faz bola de Neve, não tem coisa que um pássaro preto não saiba fazer!

No fim ninguém é diferente! É tudo gente como a gente! Só precisa de alguém valente, pra começar a cantar na frente, porque depois...

...de corrente a gente entende!